sexta-feira, 29 de agosto de 2008

eu ipanema


quero expandir

meu é
meu sentir
meu ouvir
meu falar

e meu silêncio

transbordar meu novo inicio

quero ser uma tarde pós manhã quente de brisa fresca em ipanema

leve leve leve
que irreleve
refresque

todas as formas desse "sente ou não sente"
vai sol...sai por trás das nuvens

sou tarde ensolarada tá?

...cadê meu Sol?

quarta-feira, 20 de agosto de 2008


Nem sempre fazemos sentido. Talvez nunca faremos sentido. Talvez o nunca seja sempre. Ou o sempre , nunca . mas não quero fazer sentido. Não basta a justificativa. Não vou apressar o passo para a conclusão. Vou num caminho, que pode ser estúpido , mas é meu tempo. E só eu o tenho. Só .
Eu o sinto. sigo no fluxo do meu tempo, deixando as coisas manifestarem pra mim. Do jeito que são, só pra mim. Quando fecho os olhos vejo montanhas, altas, muito altas. São íngremes, quase perto do céu. Eu estou vestida de rosa, um vestido de renda antiga, e venta. Venta muito. Meu vestido balança, meu cabelo despenteia, e todos resíduos grudados na minha pele, voam junto, pro além horizonte, acima de todas aquelas montanhas, se fundindo com a poeira da terra seca do topo das montanhas, e numa fusão além, maior, com os átomos e espaços vazios do invisível, do imperceptível , do mais coerente de fazer sentido. Nesse momento me basto. Estou feliz. Dentro de mim sinto. Sinto bolinhas de água com gás estourando e borbulhando. Me transformo em gás, em ar, em água e em trepidantes bater de asas de borboleta. Sou azul. E tudo fica azul em volta. Estou na beira de ser, mais, e acontecer. Não tenho medo da altura. E é muito alto. Não existe queda. Se ventar muito e eu sair do precipício, eu vôo. Vôo como uma folhinha leve leve leve. E sigo. Não faz sentido. Mas sigo. Tempo sem tempo. Só eu sinto. Chego na água. Abundância. Fragrância perfumada. Água transparente e infinita. Leve balançar de ondas. Água fresca. E eu . Molho meus pés. E sinto uma sombra. Úmida . uma arvore milenar, galhos fortes que seguram meu lar. Uma casa pequena. De madeira. Um cama de rosas e um espelho antigo. Tudo sou eu . E cada vez mais. Eu. fico paz. Conforto e encontro. E não sinto mais saudade, nem angústia disfarçada, nem riso frouxo não querendo dizer nada. Fusão completa de todos meus sentidos. Sou sou sou. Completa por sons internos e em silêncio .

terça-feira, 19 de agosto de 2008

segredos do que eu te digo.

Ela: eu queria muito que você fizesse uma coisa...mas eu não queria ter que te pedir...queria que você soubesse o que que é.

Ele ri.

Ela: oh outra dinâmica...

Risos

Ela: vou olhar pra você. Vê se você percebe o que eu quero.

Ela olha firme.

Ela: sério , não é cantada. Percebe. Vê.

Ela fica olhando pra ele. Ele pra ela.

Ela: vai. E aí?

Ele: aí não sei...

Ela: calma. Olha de novo. Para. Um segundo.... Deixa eu me concentrar..é...

Respira.

Ela -Vai.

Eles ficam se olhando.

Ela: e aí?

Ele ri.

Ela: calma. Vou ficar em pé então. Deixa ver se ajuda... vai melhorar.Vai adivinha.

Eles ficam se olhando. Ela olha fixamente.

Ela: Nada? Jura que você não percebe nada?

Ele: não poxa...é que... e se não for...

Ela: vai tenta.

tempo

Ela: Não to te passando nada?

Ele: mas to com medo de não ser, de errar....vai que...

Ela: vai tentando não tem problema errar.

Ele: se errar vai ser frustrante...

Ela continua olhando

Ele: pra mim ...ou pra você.

Ela: Não!! faz o que você acha. A primeira coisa que você sente , não pensa, só sente...não tem problema sentir errado...... faz...

Eles ficam se olhando. Olham. Olham. Olham.

terça-feira, 12 de agosto de 2008


A menina tá vazia. Gritando pro mundo em silencio. Buscando a sua urgência interior. .Ela tá com vontade de ser clichê. Ela diz que faz um ano que ela se perdeu. Que olhar a lua já não faz ela se sentir em casa. Que não sabe mais ouvir a si mesma. Que não acredita mais quando o corpo diz ter certeza. Ela anda com muito sono. Ela tá de saco cheio do seu eu pseudo profundo que reflete tudo. Que fala demais.falam demais dentro dela..ela não quer mais viver as perguntas. Quer viver as respostas. Quer novas perguntas. Ela quer falar abobrinha. Ela quer comer bombom de cupuaçu com você. Ela quer tomar banho de vinho gelado. Ela não quer arrumar o quarto. Ela quer um batuque forte. Ela quer ter desejo de dançar até cair. Ela quer abraçar e não lembrar de nada.Ela quer ser encontrada. Ela quer frio na barriga. Ela quer o novo . Ela quer de novo. E quer tudo pela primeira vez.
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