segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Para a sua pergunta

Respondendo pra você, disse que não era não.
(sobre aquela pergunta).sobre o texto.
Curioso em saber se tinha algum aqui que fosse, te respondi que ninguém na minha vida passa incólume. Ninguém passa sem me inspirar. Essa é minha prisão. Alguém pra mim. Alguéns, sugerem o tempo todo palavras, escritos, pensamentos, imaginação,nem sempre ação.
Mandei vasculhar aqui pra achar . Preferi do que responder. Nem que seja uma palavra, um ponto de interrogação, uma dissertação prolixa, um texto péssimo, algo que só eu entenda , um ditado chavão, mas ninguém passa por mim sem me dar em troca inspiração.
Pra você que está procurando : te dou um mínimo de ação, testar a grandeza de visão.
se encontrar aqui é um exercício de auto-conhecimento...ou não.

resposta não tenho

pra você as minhas reticências...
são mais.


mais que palavras...

Fonte

Eu quero captar o meu É. Meu tema é o instante? Meu tema de vida. Quero não o que esta feito, mas sim o que tortuosamente se faz. Minhas desequilibradas palavras são o luxo do meu silencio.
Fotografo cada instante. Aprofundo as palavras , não quero perguntar por que ,pode-se perguntar por que e sempre continuar sem resposta.
será que consigo me entregar ao expectante silencio que se segue a uma pergunta sem resposta?
Embora adivinhe que em algum lugar ou em algum tempo existe a grande resposta para mim.
Ouve-me .
Ouve o silencio, o que te falo nunca é o que te falo e sim outra coisa.
Capta essa coisa que me escapa e no entanto vivo dela.
O instante já é um pirilampo que acende e apaga, acende e apaga. Eu viva e tremeluzente como os instantes acendo-me e apago , acendo e apago .

Clarice Lispector.

Tarefas de hoje

- reinventar alguma coisa.
- improvisar um jantar.
- meia hora de silêncio
- achar alguma solução dentro de mim e botar pra fora.
- reorientar o olhar sobre tudo.
- brincar com a minha exclusividade
- produzir um pequeno milagre.
- dizer o que eu penso com objetividade e delicadeza.
- dormir meia hora.
- gritar durante 50 segundos.
- arrumar o quarto
- aumentar as horas.
- comer menos chocolate.
- remarcar o chopp prometido.( eu caipirinha).
- quebrar uma casquinha de iogurte congelado.


.....................
mais que um instante eu quero o seu fluxo...

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

quando você vier procurar



eu na minha busca desenfreada por transparência não ando conseguindo comunicar...então o maior trabalho fica pra você:
Decifre o que está por trás do atrás de todas palavras...que é lá que eu quero chegar.

foto olhar da Mari Hildebranda.



É que palavras são tentativas muito subliminares para qualquer coisa.
Tudo do que eu gosto é inexprimível
Então
Falo de nada.
Estou cheia de palavras que não são.
Então faço um inventário de sentimentos não catalogados

e canto em gromelô.


.......


quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Roubando o Patrick descaradamente: marília gabriela :


A primeira palavra que disse foi Lua e ama a palavra Revolução. Anda enjoada de ser ela. Pensou em mudar de nome, pensou em ser Linéia no Jardim de Monet , mas não acha que é isso que resolve. Adoraria viver na Idade Média, ter sido bruxa não perseguida, ou no Renascimento ou no século 18, ou na década de 20, 50, 60, pularia as de 80 e 90. Também gostaria de ser pré-histórica. Brincava de “selvagem” pelos rios de sua fazenda, à base de goiaba e araçá, cheia de roxo na perna e dispensando o castelo encantado. Também vendia pedra na porteira e era cigana. Hoje ela é de tudo um pouco, assume vários personagens . É sem século e precisa de goiaba pra viver. Além de chocolate ao leite, madrugadas de caipirinha e longas conversas , casa de campo, som alto, frio na barriga, pés descalços e Clarice Lispector de auto-ajuda. Gosta de fazer currículos pra “não convencer”. De transformar poesia em objeto. De ouvir cd arranhado. Se empolga com "cheia de charme" do Guilherme Arantes. De comer chiclete de 2 em 2. De ser torcedora fanática do FLU só quando ele está pra ganhar. É pé no chão e tem asas.Tem dificuldade de desligar. Ama o sono. All star. Rosa no cabelo. Tem gente que acha que ela é romântica, mas faz pouco tempo que ela acha legal ganhar flores (não esperadas) e andar de mãos dadas. Gosta de conduzir na dança e fingir que não. É pé duro. Gosta de brincar de ver tudo como pela primeira vez.Tenta ser assim. Sempre. Uma coisa nova. Mas é outra. Que nem ela descobriu ainda.



Ps pro ps: Pra ser atemporaneo tem que pedir licença pra 3 pessoas. hehehehhee

sábado, 20 de setembro de 2008

Auto-Ficcional

(eu-ficcional-ele-ficcional-nós-ficcional-você-que-acha-ficcional)

Ele gosta
Gosta de fingir
Ele gosta
Gosta de mentir
Ele gosta
Gosta de induzir
Ele gosta
Gosta de seduzir
Ele gosta de emoção
Ele gosta
Ele diz que sofre com a busca
Ele gosta
Gosta da eterna procura
Ele diz que admira a si
Ele gosta
De dizer
Mais do que admirar-se
Ele gosta de brincar de despudor
Mas treme mesmo é com o pudor
Ele beija bem
E acha que beija muito melhor.
Ele se acha demais
Se não se achasse tanto
Seria mais

Eu acharia..
Ele encontraria
A si
Ou o meu achado.
Eu dessa vez chamaria
Ele ouviria.
Ele acha que esse poema é pra ele.
Ele acha sempre.
Ele gosta.
Deixa ele achar.
Ele se diverte
Ele gosta
Ele gosta...
......

Ele desligaria o rádio de voz rouca
Ele pararia de trocar de estação
Ele comporia música pra bom ouvido
Ele me chamaria atenção

Eu gritaria ( de verdade agora)

Ele fica doido com várias
Ele não conhece a loucura que eu faria
E olha que ele tem até boa visão e imaginação...mas

Ele não imaginaria...
Ele é falador de si.
Ele gosta de se gabar.
Ele conta historias inventadas do seu mundo particular.
Ele acredita que todas vão dizer “eu te amo” um dia.
Ele pensa que gozo é grito, é gemido, é avisado.
Ele diz que nunca cai em armadilha
Ele de manhã é calado.
Ele a noite é descarado.
Ele sóbrio é observador.
Ele com álcool é fingidor.
Ele pega.
É ...ele tem pegada.

Ele é verde e se acha maduro.
Ele é baixinho. É moleque. Meio esquisito.
Ele se acha “bom moço bandido”
“não preciso ser lindo pra ser o mais querido”
Ele se atreve.
E busca conforto em Clarice, Pessoa, Vinícius...
(Tá Isso eu também faço)
Ele diz “olha só o que te escrevi”
Ele questiona
Ele reclama que não encontra seu amor
Ele oscila “dou e não dou conta da minha dor”
Ele é clichê
Ele chega a ser autêntico.
Ele é um profissional.
Ele é primitivo.
Ele não está me deixando dormir.
Ele me deixa apertada na cama.
Ele se esparrama.
Chega pra lá!
Ele não acorda com a luz ligada.
Ele no meio do sono reclama alto.
Ele acha que eu não sei de nada.

Eu ainda gosto de ser domadora
(desde que não seja leão)
Ele não é rei da selva
Ele não é o melhor de cama
Ele que acha.
Eu não.
Eu gosto desse jeito dele todo de ser
o que ele não acha que é.
Ele é tolo, dá pra perceber.
Ele é tão “bonitinho”.
É menino.

Acha que não.
Ele teve uma namorada que não sabia que namorava ele.
Ele não sabe que eu sei disso.
Aliás de mim, ele não sabe nada.
Mas acha.
Que sabe.

e nada adianta dizer " a estrada vai além do que se vê"

Ele me liga quando eu desligo.
Chega. To indo dormir.
Chega pro lado
Deixa que eu te acordo direito tá?
Te acho bonitinho ainda assim ...esparramado...
Mas com cuidado
empurro um pouquinho pro lado...

sexta-feira, 19 de setembro de 2008




Saber
Criar
Navegar
Em mim
No certo
No suspeito
Onde nasço
E me desfaço
Voar
Relembrar
Saber quem eu sou
E ser
E estar pronta
pra ser
Sempre estar
E ser mais
Falar a minha língua
Intuir novos sentidos
Aguçar meu paladar
Me desfaço
E renasço

Morro e crio espaço
Preencho meu tempo
Com meus mistérios
Alguns dos meus critérios
Com meus sentidos
os mais sentidos
De pessoa que se faz
A cada instante de vida.
Sigo confiante
Em caminhos
Distintos
Distantes
Perto dos horizontes
Ínfimos
Eternos
Etéreos
E nebulosos
Intuo respostas
Apresso a conclusão
Marco território
Perco a razão
Percorro
Trajeto
Despeço
Sou eu
Não pergunto quem
Revelo a alguém
Essa espécie que sou
Distinta
E constante
Com conflitos gritantes
E amante
De mim
Sou apenas sou
Eu mesma
Infinita
Reveladora
Penetrante
Abundante
Me julguem
Me perguntem
Me amem
Me destruam
Me matem
Me desfaçam
Sou . presente.
Ainda sou
Contínua
Perto e distante
Metáfora
Clichê
E mutante
Figura estranha
Existo
Sei de tudo
Que reside dentro de mim
Conheço meus meios
Meus freios
Até onde vou
Vou até onde sou
Pra sempre
Estrela
Quando explodir a luz é constante
Brilhante
Mesmo quando a manhã
-isso, para os olhos tolos-
não deixe você enxergar.





em todos setores da vida: faça..eu recomendo...TODOS!


quarta-feira, 17 de setembro de 2008


hot hot hot. essência.hot hot hot.
pimenta.
muita.
na veia.

qualquer coisa como qualquer coisa

Hoje. acordar na corrida do tempo . Mais acelerado. Batimento rápido o resto do corpo todo sonado.
Figurino.
Pra vocês. Eu no disfarce do riso.
tá. minto.
eu rindo é atributo do que eu sinto.juro!
pediram preu sorrir de verdade. em algum momento desse dia acelerado.
não consigo por muito tempo, senão fica congelado.
que estranho.
sorrio.

Agora.
eu já atleta do tempo. ganhando a corrida.
to no podium de acelerada.
falaram de um remédio
que aplaca, acalma, anti- ansiedade.
todo mundo tomando.
esqueci o nome.
natural.
o remédio.
e eu também
assim.
.................

chuva.
quase anônima na livraria
eu
procurando pelo título a distração.

divagação
é uma ação devagar?
sei...essa brincadeira com palavra chega a ser vulgar...
( merda tá rimando..pior ainda, tá foda não to conseguindo cortar a rima)
mas eu to perguntando mesmo.
é sério.
enfim depois do ( )
clarice entrevista um bando de gente num livro de capa vermelha e branca.

"eu exijo muito, porque me dou muito"
Tônia Carrero quem disse.
pensamentos respondidos a altura das perguntas do livro de capa branca e vermelha. mais branca que vermelha.
só assim vejo graça nas entrevistas. isso hoje
respostas que me cabem.
que gostaria de responder.
de viver.
Posso roubar?
tá cabendo em tudo na minha vida bem nesse agora.

posso Tônia?
mas vou usar mais vermelho que branco.
por dentro, não na capa.
escarlate.

sábado, 13 de setembro de 2008



todo dia ela tá sendo movida por um frio na barriga diferente.
mas diz que está procurando o quente.
Isso é incoerência?
Eu não sei se ela entendeu já o que é esse tal de amor.
Se alguém pergunta “você já amou”
Tão difícil responder.
Não sei se ela só até hoje projetou.
Se encontrou o outro realmente...
Falou um ”eu te amo” tão desconectado.
Pergunta pra ela.
Vê o que ela responde.
Tem cara de sentimental.
Ela tem.
De romântica.
Às vezes se acha moleque.
Brinca de pudor.
Muita gente cai.
Ela não diz nada.
Mas sabe brincar de deixar o outro se divertir achando que sabe muito sobre ela.
Achando que encontrou a profundeza daquela mulher..na sua primeira camada.
Programada.
Acha sedução explícita anti-tesão
Anti-coração
Sedução pra ela ainda tá perto de vulnerabilidade
Então ela se confunde
E fica na dela.
Esperando o não explícito que ela seja capaz de entender.
Entendeu?
Eu também acho difícil.
Vou perguntar pra ela.
Ela também não sabe responder.

A mãe dela dizia “pra perceber que ele está interessado em você, tem que assinar papel, grudar cartaz e dizer “ eu to afim de você deu pra entender? ”
Ela,
Não!
Está completamente sem compreensão.
Ela me confidenciou
Sim quer amor,
Imperfeito
Cheio de defeitos.
Ela quer parar de ser movida por frios na barriga.
assim ela só fica nos esbarrões.
Se apaixonada toda hora.
Desapaixona no próximo segundo.
Toda dia um novo chamado
Ela fica cheia de rumos
Mas sem prumo.
Ela não quer ser mais uma mulher
Apaixonante
Apaixonada
Ela quer ser encontrada
Encontrar
E perceber.

E o frio na barriga sempre levando na outra direção...
Ou não?



sexta-feira, 12 de setembro de 2008


Meu eterno vai e vem


trechos Clarice Lispector e seu filho Pedro com 6 anos...

-Não consigo parar de pensar. Fico pensando pensando pensando pensando.
Não tem como desligar isso!!

....

-Mamãe, Eu sou diferente dos outros...
-não é não
-sou sim.
- todo mundo é um pouquinho diferente , e todo mundo também é igual.
-não, eu sou diferente.
-Você é diferente em quê?
-porque algumas pessoas são exatamente como elas são. E eu sou assim.


----Aula de aritmética com Clarice---
- Pedro, você não está lendo onde devia ler: não tem nada que ler as instruções para pais e professores.
-Não posso fazer nada se meus olhos são grandes!!!

terça-feira, 9 de setembro de 2008

trechos dessas coisas todas

olhando um saquinho de sementes de flor fechado para plantio.
-como que é o amor perfeito?
-boa pergunta.
-será que as pessoas que descobrem a flor é que inventam o nome?
-quero descobrir a família do amor perfeito.
-comer semente de amor perfeito é muito bom. já provou?

....

- olha essa planta aqui não tem nome vulgar. Ela é chique!
- amor perfeito é nome vulgar?

-Porque ele finge bem?
- porque você acredita.

Ele finge tanto que essa é a verdade dele.
Então eu acredito em tudo.

Não conta isso pra ninguém não tá? Finge que não sabe.

Podexá.

Jura?
Verdade!
Qual das? A minha ou a dele?



.....

“se ele fosse pessoa que “finge tão completamente, que deveras sentes”
Eu ia fingir que acreditava em tudo.


Juro! pela minha verdade...


domingo, 7 de setembro de 2008

saturday night fevers

1-
Ontem meu olhar estava neutro. Estava. Mas não ajudava. Odiava tudo o que todo mundo ali amava.. Tudo o que era lindo era bem o que eu não gostava .

Foda-se o movimento perfeito se não me move.
Foda-se se o físico perfeito se não me atrai.
Foda-se as minhas mãos caladas no coral de palmas . Interminável.
Eu quero que meu olhar me engane.
Quero descobrir que o que eu nunca achei que era... É.
naquele palco , não aconteceu.
Então.....

Início.

Tudo começou na praça . Garrafa de vinho . Garrafas. Lua, meia lua sorriso. Frio. Fotografia. Imagem congelada , quebra da gargalhada. Banco.Grama. Boas companhias.

Eu querendo pegar um vôo. Mas já viajando em outro , na minha auto-galáxia. Alucinada. Não preciso de nada pra sempre estar. Tudo bem, que o vinho também estava lá. O meu, com gelo quebrado. Estragando a temperatura ambiente.

Tinha passado o dia com pensamento disparado.

Segundo início

Tudo começou na chegada de mais amores , um taxi apertado , eu de “advogado do diabo”, subindo o Horto. Nós, todos macacos amestrados com trilha e hora certa pra seguir pela noite meia lua. Chegando no que podemos chamar de “pedaço de mato por aqui” , mas esse , agora, com pandeiro, mais vinho, samba, vontade súbita de nadar pelada mas... tinha hora pra sair.
O mesmo táxi apertado leva agora até um apartamento quebrado.

Tudo azul.Trance. Batidão descompassado com a minha vontade latente. Não estou presente.
Aquela mulher , descabelada , jogada, sem expressão. Eu simpática forçada.

Tô fora, não fico aqui nem amarrada.

13 negociado ajuda a noite a continuar.

Terceiro início

Taxista ex-ator. De Olinda. DVD pirata da peça
“Essa Cinderella sua mãe não te contou” em que ele participou.
É mesmo moço? O que ela não contou?
Deixa pra lá que de Cinderella e príncipe to cansada...vamos falar de branca de neve e 7 anões? Sua mãe já te contou?
Pensei. Pra ele, jamais falaria. 7 anões... as opções....

Última parada

No alto do prédio. Música que se repete. Eu lembrei do vôo, o outro, não o da galáxia. Nele a música é rimada. Que antes eu também não gostava.
Agora eu ando gostando do que não gosto.

Último Ínicio

Agora praia. começo de hoje, nem dia, nem noite.

Quente.
Se não tivesse onda eu nadava pelada.


sábado, 6 de setembro de 2008

Eu HOJE

6 de Setembro 2008.
Manhã ( a minha é 13:31)
Sol com frio,
ventinho leve.
Janela aberta ...incoerente...

ai...
acho que eu sempre.
Que movimento contínuo é esse

1000 por hora

impermanente
de quem cria e nunca consegue expor tudo por inteiro
palavras
não bastam
arte
longe do expoente
ação
sem expressão
de tudo o que se sente,

por mais que a gente tente

e o que se sente?

qualquer sentido é indízivel ....?...!...
indecente....

estou sem palavras prostitutas.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

conselho para não morrer



A vida é tanta. Um momento é imenso, extenso.........................................
e é só um momento .


.


E viva ! Vamos viver. Vamos comemorar. Foi-se! Foi?
Então que a vida nos traga o que a gente deseja. Ou que a gente dê vida ao que a gente deseja. aí vai do ponto de vista....

que a gente saiba muito bem o que deseja para não atrair atrasos.

É possível?

que nenhum encontro nos afaste de nós mesmos.....

Sua liberdade te solta ou te prende?

Qual a minha liberdade? Qual a tua liberdade? Ela te liberta ou te aprisiona?

Minha liberdade não é arbitrária nem libertina. Busco a essência real das coisas, a essência real de mim. Não quero estar solta , quero estar em união comigo mesma , com meu ambiente, com tudo que me rodeia e que me é.
Já se sentiu preso na sua própria liberdade? Descobrir na sua própria liberdade de ser a sua maior prisão?
Que tarefa. Dói? Para mim dói. Remexe tudo aqui dentro. Sinto-me perdida no espaço, no tempo.

Tem dias em que não me penso. Sou o que sou e acabou. Mais fácil. Tanta gente faz assim.
Ficar face a face consigo mesmo leva a que?
Queria era conseguir pensar assim, será que isso liberta?
Parar de ouvir as musicas que me arrepiam ,
ir para longe de mim , olhar para o outro lado.

E aí olho para o mundo e logo me vejo...
"não vou ligar, vou fingir que não é comigo”...
“não sou eu” ...
ai, estou tão longe, quase já não estou mais aqui.
“Não foge ”, “ é com você”, “mude você , comece por aqui..aqui dentro”.

Não! Não quero saber de tudo que está dentro de mim.
Não quero precisar mudar. Dor. Dor. Dor.
Não busco mais resposta. ( mentira, eu sei...) Encontrar machuca.
Encontrar-se. ( mas eu quero mesmo assim)

Estou cansada. Quase não reúno mais força dentro de mim para aplacar a dor que eu mesma crio. De ser eu.
E todo dia ser mais um pouco. Estou cansada de ser tanto. Estou achando tão chato. Cheguei a exaustão.

Falta apenas um momento para o amadurecimento ou milênios para alcançá-lo?

Quero me desvencilhar dessas minhas próprias amarras. Será que realmente escolho tudo o que vivo? Às vezes acho que não é escolha..é tudo a gente mesmo, já sendo. Tudo dentro de nós que sai para fora. Somos ou não somos. Fazemos o que somos ou somos infiéis e não conseguimos ser. E aí?

“Não faça nada”.
“Não tente transformar”.
“Não sofra”.
“Para manter comportamento natural, qualquer excesso deve estar aparentemente sob controle”.
“ Ria, finja que tudo está normal” .
Natural é ser assim , normal , igual, falar no tom certo , vestir a mesma roupa, gostar das coisas que devem ser gostadas , é não ter barriga, é ser desejável , é não se estrebuchar , é não sentir demais , é não ser tudo o que se é para se manter normal. Não passemos dos limites. Não busquemos as fronteiras. Fiquemos sempre no meio do caminho para não corrermos o risco de mudar.

Vou tentar ir vivendo e passar ilesa por tudo o que não me pertence. De novo vem a sensação do pontinho . Um ponto soltinho na imensidão .
Dentro de mim é muito mais.
Somos os mesmos mas nos passamos por outros? Todos são tudo o que está dentro de mim. Tudo que gosto e tudo que me enoja reside aqui. Tudo meu reflexo. Meu ambiente sou eu.

Noite. Guerra no Iraque. Haiti. Afeganistão. Metro de Tóquio , fome na África , modelos desfilando, anorexia, beleza, Fast Food, Amazônia devastada, gado pastando, montanhas , rio Tietê , monges budistas recolhendo latas e latas de refrigerante nas montanhas do Nepal , capas da Playboy , sexo, multidão, trânsito ,rituais religiosos , vistas panorâmicas , escadas rolantes, frangos vivos nas industrias.......

Olho no espelho.

Levo adiante, ritmo constante, morrer e nascer para me permitir ser , o tempo inteiro, o tempo todo, sou, faço, renasço , recomeço, despeço, traço, apago, alinho, finalizo, desfaço.

Sou ainda sou.
Enxergar e viver a minha própria liberdade.Tudo que está dentro de mim, colocar para fora. Estar tudo nítido.
Desembaçar esse espelho que esconde de mim mesma a minha própria face.

Descobrir infinitas possibilidades. Na minha pluralidade o meu singular.
Encontrar para poder te encontrar.
Diz...Onde mudo para começar a viver a minha liberdade?
O que eu faço para a minha liberdade te libertar?
Diz...

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Processo
Tudo o que está no ar
Misturo
como poção mágica
com todos ingredientes que só eu tenho
que vem das minhas vivências
do meu olhar
das fantasias bobas
da infância solta na grama
de noites brincando de pensar
de panela queimando no fogão
eu dizendo "não fui eu não"
de dias de privações
e semanas para se esbaldar
dos porres
dos “alguém me socorre”
dos choros altos gritados
soltando meu lado esparramado dramático
o lado mulherzinha
que inventa moda
se não tem Sol usa blush
recheada com a porcentagem moleque
roxo na perna
sem band-aid na gaveta
cicatrizando as marcas dos desejos de comer goiaba no pé com boa fé
e tem as feridas de querer amar até....
amanhecer outro dia...
pra continuar amando.
O mantra repetido acreditando na felicidade
E a cena clichê de sempre estar na dúvida na saída
os dias angustiados fazem parte da receita
um coração apertado de já ter sacaneado
pitadas dos segredinhos mais íntimos nunca revelados
tudo bem misturado
bem apimentado
mexer até levantar a fervura da minha criatividade
deixe tudo ferver
soltar
Expandir
Liberar
E ficar no próximo ar
Pra quem quiser inspirar
E fazer sua poção
somando
ao próximo banquete da criação
Chama ardente
chama
Para incendiar
Derrubar a vela
Que
acende
Quero enxergar
Vermelho fogo
até sem abrir os olhos



Fim de fronteiras
União de territórios
Fusão de 4 elementos
Corpo
Alma
Sangue
Mente

Abundância dessa fragrância
Amar pra libertar
Deixar a chama queimar
Nossas roupas

Nossos corpos
Todos fins e sempre começos.

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