quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Sua liberdade te solta ou te prende?

Qual a minha liberdade? Qual a tua liberdade? Ela te liberta ou te aprisiona?

Minha liberdade não é arbitrária nem libertina. Busco a essência real das coisas, a essência real de mim. Não quero estar solta , quero estar em união comigo mesma , com meu ambiente, com tudo que me rodeia e que me é.
Já se sentiu preso na sua própria liberdade? Descobrir na sua própria liberdade de ser a sua maior prisão?
Que tarefa. Dói? Para mim dói. Remexe tudo aqui dentro. Sinto-me perdida no espaço, no tempo.

Tem dias em que não me penso. Sou o que sou e acabou. Mais fácil. Tanta gente faz assim.
Ficar face a face consigo mesmo leva a que?
Queria era conseguir pensar assim, será que isso liberta?
Parar de ouvir as musicas que me arrepiam ,
ir para longe de mim , olhar para o outro lado.

E aí olho para o mundo e logo me vejo...
"não vou ligar, vou fingir que não é comigo”...
“não sou eu” ...
ai, estou tão longe, quase já não estou mais aqui.
“Não foge ”, “ é com você”, “mude você , comece por aqui..aqui dentro”.

Não! Não quero saber de tudo que está dentro de mim.
Não quero precisar mudar. Dor. Dor. Dor.
Não busco mais resposta. ( mentira, eu sei...) Encontrar machuca.
Encontrar-se. ( mas eu quero mesmo assim)

Estou cansada. Quase não reúno mais força dentro de mim para aplacar a dor que eu mesma crio. De ser eu.
E todo dia ser mais um pouco. Estou cansada de ser tanto. Estou achando tão chato. Cheguei a exaustão.

Falta apenas um momento para o amadurecimento ou milênios para alcançá-lo?

Quero me desvencilhar dessas minhas próprias amarras. Será que realmente escolho tudo o que vivo? Às vezes acho que não é escolha..é tudo a gente mesmo, já sendo. Tudo dentro de nós que sai para fora. Somos ou não somos. Fazemos o que somos ou somos infiéis e não conseguimos ser. E aí?

“Não faça nada”.
“Não tente transformar”.
“Não sofra”.
“Para manter comportamento natural, qualquer excesso deve estar aparentemente sob controle”.
“ Ria, finja que tudo está normal” .
Natural é ser assim , normal , igual, falar no tom certo , vestir a mesma roupa, gostar das coisas que devem ser gostadas , é não ter barriga, é ser desejável , é não se estrebuchar , é não sentir demais , é não ser tudo o que se é para se manter normal. Não passemos dos limites. Não busquemos as fronteiras. Fiquemos sempre no meio do caminho para não corrermos o risco de mudar.

Vou tentar ir vivendo e passar ilesa por tudo o que não me pertence. De novo vem a sensação do pontinho . Um ponto soltinho na imensidão .
Dentro de mim é muito mais.
Somos os mesmos mas nos passamos por outros? Todos são tudo o que está dentro de mim. Tudo que gosto e tudo que me enoja reside aqui. Tudo meu reflexo. Meu ambiente sou eu.

Noite. Guerra no Iraque. Haiti. Afeganistão. Metro de Tóquio , fome na África , modelos desfilando, anorexia, beleza, Fast Food, Amazônia devastada, gado pastando, montanhas , rio Tietê , monges budistas recolhendo latas e latas de refrigerante nas montanhas do Nepal , capas da Playboy , sexo, multidão, trânsito ,rituais religiosos , vistas panorâmicas , escadas rolantes, frangos vivos nas industrias.......

Olho no espelho.

Levo adiante, ritmo constante, morrer e nascer para me permitir ser , o tempo inteiro, o tempo todo, sou, faço, renasço , recomeço, despeço, traço, apago, alinho, finalizo, desfaço.

Sou ainda sou.
Enxergar e viver a minha própria liberdade.Tudo que está dentro de mim, colocar para fora. Estar tudo nítido.
Desembaçar esse espelho que esconde de mim mesma a minha própria face.

Descobrir infinitas possibilidades. Na minha pluralidade o meu singular.
Encontrar para poder te encontrar.
Diz...Onde mudo para começar a viver a minha liberdade?
O que eu faço para a minha liberdade te libertar?
Diz...

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