terça-feira, 25 de janeiro de 2011

todos os sábados eu acho que te amo





























A

não é você
nem eu
ali
parados
a caixa de som 
e o vazio do salão
a barba por fazer
a vontade emudecida
a história em ré maior
tudo dentro da camisa de botão
branca
vida é aqui
eu e você
estancando a ferida
a vontade sempre subliminar
a escolha fragmentada
hoje exige urgência
amanhã
nunca mais
calo
o escuro do salão
você guarda o violão
eu recupero meu coração
você é 
meu medo
sim em desagrado com o meu não
é alternâcia
baticum com sonoridade desviada
te quero como nunca 
de repente
quase te amo por um segundo disperso
e aqui
agora
meu nunca é mais intenso

em alguns sábados eu acho que te amo

B
meu samba é um repente
na estrofe do ainda te querer bem
na verdade que minha decisão não escancara
na dúvida se escolha realmente existe
na saudade imensa
na falta de uma canção nascente como ação inesperada
na minha letra nesta madrugada
na sua melodia afiada
nessa noite desprogramada
a nossa voz
permanece calada
a minha verdade dorme
na tua agonia
o te amo que nunca e o que há
a distância escancarada
aqui
e nós
ali
do outro lado
como equilibristas do que cismamos em chamar
de nunca mais

todos os sábados eu acho que te amo.



2 comentários:

Aquela disse...

como eu amo isso aqui.
como eu sinto falta daquilo que fui um dia, como eu tenho sentido falta de sonhar. ontem me peguei tão vazia, tão sem nada, com emprego fixo, com dinheiro na conta, com casa, comida lavada e mais nada.
eu não sei o que fazer comigo.
e eu amo poder te ler, te ver, sentir que você ta viva.

Aquela disse...

comida lavada e roupa feita.
você está.

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