terça-feira, 16 de novembro de 2010

dever de casa



a tarefa árdua desse vácuo pré criação
a covardia que insistia
e o instante ali,
condensado em dias
precisava desatar o nó
mas agora preferia maracujina
queria que essa tarefa pudesse ser em grupo
como nos tempos de colégio
até aceitaria ser a líder
"mas digita para mim?
minhas letras estão garranchadas" 
ela anda tão rascunho de si
não reconhece seu reflexo
seus olhos estão convexos
quer água fresca
e a resposta imediata
coerência exige algum nexo?
ela segue por ali
tentando entender o caminho para ficar perto de si
mas afinal caminho é para ser entendido?
lembra de odisséia, sertão veredas, livro dos prazeres

(respira)

(ouve seus batimentos cardíacos)

(alívio)

viver andava sem conjugação
olha a vista da janela
que amanhã nunca mais será a janela vista
o peito desafia
entender por enquanto é verbo sem primeira pessoa




Lençol


e de repente somos há 15 anos
e ali, 
de vez em quando
acabamos de nos conhecer
os primeiros instantes
a despedida
e o por toda uma vida
ali,
a cama dividida
a crise compartilhada
o olhar ambíguo
a dúvida que assola todas as certeza
-onde vai dar tudo isso?-
ser implica em ter alguém que é você também 

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ritmo de acordeon antigo

eu quero é que você me leve
e eu me jogue
e depois a gente vê

eu quero que você se entregue
e eu me apegue
e depois a gente sê

eu quero que você me olhe
e eu me espelhe
e depois a gente crê

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