quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Será essa a hora que mais temi , esse agora que tenho que ser tudo que me prometi.quebrar a casca dura que fiz , parar de sentar em todas as cadeiras que estão por aí , decidir de dentro para onde devo (de fato) ir. Tudo tão meia luz , som de castanhola num som meio quebrado , um mundo chamando, insistindo , eu no limbo, sem cartas na manga, meu particular em constante ebulição , me queimando, sou eu querendo tanto e onde foi parar a força pra persistir? Controle full time e o tempo na malandragem que ainda não aprendi, escoa, e minhas idéias todas ali soltas, ei volta aqui! dentro de mim ecoa o verde da grama amanhecida , o sereno da madrugada de lua cheia fria , o sono interrompido pra ver sorrindo a geada daquela janela embaçada do corredor. a lamparina marroquina, o cobertor de pena de ganso e também aquele peruano que pinica. a água deixando a pele mais macia , a acácia amarela ventando e o vestido feito pela vovó lá em colatina. a varanda imensa , o cabelo longo com flor, o frisson da fogueira acessa, ausência total de dor. saudade do meu avô contando histórias de belgrado perto do fogo, meu pai se dando férias forçadas, relaxado e entusiasmado. O viramundo me ensinando a galopar , e eu escolhendo a fada, uma égua branca quase alada pro viramundo namorar. minha camisola de flanela bordada, e os gatinhos dormindo, bezerrinhos desmamados , os pintinhos despenteados , a galinha dando luz a um ovo caipira(uma delícia estalado) . a bicicleta sem freio correndo ladeira abaixo, meu joelho sempre todo arranhado, eu descendo as corredeiras a favor do rio. vagalumes se confundindo com estrelas, eu brincando de céu num balanço do kiri hoje queimado. a mesa do rei arthur , o vinho quente,batata assada e a panela de barro. gipsy kings e o trote do cavalo árabe bem bailarino empinado. colchão jogado , ar livre , contagem de estrela cadente, eu sempre nenhum pouco prudente, o estômago cheio, o rio congelado , eu inteira no meu universo condensado. distante dos conflitos gritantes...
“não...eu confesso não quero me despedir de todo esse encanto que reside aqui.” mas a pergunta fica : rá que sou tudo o que me prometi?

Um comentário:

Simonetta disse...

que lindo! e real,né? não tem nada de imaginário nessas lindas cenas realmente vividas. à sua pergunta te respondo:sim, é sim e será cada vez mais.
Na verdade, o Buda e o mortal comum habitam o mesmo mundo. Contudo, ele se torna diferente pela maneira como ambos o percebem e experimentam.
meeeeeeeeerda!

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